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quinta-feira, 3 de março de 2011

A Saúde e a anti-Ética Liberal

The Constant Gardener 
2005 (EUA)
Fernando Meirelles

Esta postagem é no sentido de analisar o filme “O Jardineiro Fiel” e a assistência social e humanitária que se desenvolve na área da Saúde no continente Africano, a partir de uma estratégia de mascarar os interesses do capital que imperam sob tais ações, além de verem indivíduos como meros objetos de intervenção ocidental e testes químicos farmacológicos.

O filme se passa em grande parte na África e faz uma crítica às grandes indústrias farmacêuticas multinacionais de países desenvolvidos que usufruem de países subdesenvolvidos como os do Continente Africano onde há um elevado índice de HIV.

Demonstra-se, assim, a dinâmica politica que envolve os frágeis e submissos governos africanos frente ao capital transnacional, e o comando destas instituições transnacionais que se disfarçam de ações humanitárias para realizar seus testes e aprimorar suas drogas e obterem lucro no resto do mundo, ao custo de vidas humanas descartáveis.

Essas indústrias se aproveitam da situação de vulnerabilidade da população que, além de sofrerem com a extrema pobreza, ainda sofrem com o HIV, fora as diversas outras doenças curáveis e que vitimam milhões pela falta de recursos e ações sociais éticas.

O filme denuncia ainda, uma das estratégias, na qual se utilizam pessoas que, necessitando de medicação não podem se recusar a participar como cobaias das mais variadas drogas, sob pena de serem excluídos do tratamento para o HIV.

Tais empresas e governos, cientes da necessidade da população, se aproveitam e começam a introduzir junto aos medicamentos do HIV, novas drogas para teste, como no caso do filme medicamentos para a tuberculose.
A condição de tais pessoas, a partir do ideário da indústria farmacêutica que visa meramente o lucro de suas novas drogas, justifica na tentativa de tentar legitimar que vidas sejam levadas à morte por um “bem maior”, além ainda de camuflar as perdas pelas condições de vida e saúde precarizadas, inadmitindo, quando não escondendo os reais objetivos, ações e resultados de seus testes e das suas ações humanitárias e da sua assistência social.

A partir da dinâmica do capital, não há porque estas vidas serem valorizadas, senão como objeto de teste. O que demonstra ainda mais o descaso (para dizer pouco), é que tais testes e drogas, servem para a África, apenas enquanto não se sabe o resultado e a eficácia, após, é meramente mais um produto à venda nas farmácias dos países ocidentais.

O filme retrata uma triste e desesperada história que não é definida como verídica, mas que mostra as reais intenções desse império que é a indústria farmacêutica e que corrompe facilmente qualquer sujeito livre de ética e que se deixa corromper pelo sistema capitalista.

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